Kill Uncle de Morrissey

Kill Uncle é o segundo álbum de estúdio a solo de Morrissey, foi lançado em Março 1991. Um álbum de difícil descrição, possivelmente as palavras que melhor o definem serão “estranho” ou “inesperado”. Foi, talvez por isso, bastante atacado pela crítica e serviu para que muitos advogassem o fim da carreira do cantor britânico. Kill Uncle é talvez o álbum mais injustiçado de Morrissey, sendo admirado por poucos fãs. Críticas à parte, a singularidade deste disco cria uma atmosfera altamente sedutora, principalmente para os fãs mais dedicados. Kill Uncle é um "ornitorrinco" musical, obscuro, mal ajustado, esquisito e por este motivo extremamente envolvente. O trabalho pode ser entendido como uma continuidade da "fossa" iniciada no "Viva Hate". Músicas como "Driving Your Girlfriend Home", "I'm The End of the Family Line", e "There's a Place in Hell for Me and My Friends" dão a dose adequada de pessimismo. O contrabaixo de"Driving Your Girlfriend Home" é delirante, um devaneio harmônico. "King Leer" é uma música envolvente e nos remete à rejeição, nela Morrissey mostra o seu brilhantismo quando explora a crise relacional e a fragilidade do afeto contemporâneos. "Sing Your Life" é bonita e instigante. A mensagem da música se revela numa lucidez brilhante, onde morrissey nos convida a escrever a própria história com beleza e admiração à vida. O hit do álbum fica por conta de "Our Frank", dançante e marcante. De todo modo, Kill Uncle é imperdível e essencial à vida moderna. Para os novos ou antigos fãs de "Moz" este disco com certeza marcou ou ainda vai marcar uma fossa qualquer da vida Numa altura de transição entre o seu ex-produtor Stephen Street e os seus futuros colaboradores/guitarristas Alain Whyte e Boz Boorer, Morrissey escolhe Clive Langer e Alan Winstanley para produtores e Mark Nevin para a composição das músicas de Kill Uncle.